sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

"Quando veio,Mostrou-me as mãos vazias,As mãos como os meus dias,Tão leves e banais.E pediu-meQue lhe levasse o medo,Eu disse-lhe um segredo:"Não partas nunca mais".E dançou,Rodou no chão molhado,Num beijo apertadoDe barco contra o cais.E uma asa voa A cada beijo teu,Esta noiteSou dono do céu,E eu não sei quem te perdeu.Abraçou-meComo se abraça o tempo,A vida num momentoEm gestos nunca iguais.E parou,Cantou contra o meu peito,Num beijo imperfeitoRoubado nos umbrais.E partiu,Sem me dizer o nome,Levando-me o perfumeDe tantas noites mais. E uma asa voa A cada beijo teu,Esta noiteSou dono do céu,E eu não sei quem te perdeu."

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