quinta-feira, 10 de setembro de 2009

os cheiros da sociedade

Ao deambular pela cidade, numa manhã de quinta-feira, ainda sob influência do resto da noite interrompida pelo despertador, os meus olhos vão-se abrindo gradualmente dando os primeiros sinais de aviso ao cérebro. Mensagem: acorda! Na cidade , de manhã, as pessoas movem-se a um ritmo sonolento e vagaroso, o cheiro a café invade o sentido olfactivo , todos caminham para as suas rotinas, rotinas estas que há muito lhe tiraram o sorriso do rosto! Se sou uma fora da lei?! Gosto de pensar que sim, gosto de desafiar a naturalidade das coisas, as rotinas não são naturais são impostas pelo homem para que este se acomode na sua inútil vida, e depois reclamam que cairam na rotina. No fundo deixam-se vencer pelo hábito, ou melhor, deixam-se vencer pelo caminho mais fácil, um que agrade a todos e não custe muito a cumprir. Um pacto com o comum!
De manhã, apesar de sonolenta e perdida no mundo encantado dos sonhos, apercebi-me da natureza das pessoas, a maldade, a inveja, a arrogância presentes no olhar de cada uma das pessoas que partilharam o mesmo auto-carro do que eu, no fundo estas pessoas não passam de seres frustrados dentro e consigo prórpios, não passam de humanos que há muito deixaram de viver para si e dedicaram-se a apontar o dedo aos outros. Hoje , nos meus míseros vinte anos de existência, acordei para a realidade suja, porca e muito impessoal que se tornou a nossa sociedade. De manhã ao apagarem-se as luzes que pernoitam sozinhas nas ruas acende-se o pior lado do ser humano.

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